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Tambor de Crioula de Mestre Felipe comemora 50 anos de história com encontro de mestres e mestras da manifestação

 Tambor de Crioula de Mestre Felipe comemora 50 anos (Foto: Handson Chagas)


Maranhão, o Tambor de Crioula do saudoso Mestre Felipe. No próximo dia 12 de maio, a brincadeira completa meio século de história, e para celebrar a data, neste sábado (6), o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), realizou o Encontro de Mestres e Mestras de Tambor de Crioula de São Luís do Maranhão. 

Realizado no Museu Casa do Tambor de Crioula, no Centro Histórico da capital maranhense, o evento promoveu rodas de conversas e uma roda de Tambor de Crioula para celebrar a data com muita música e dança.

A ideia era reunir mestres e mestras do tambor de crioula da São Luís para rememorar a trajetória da manifestação e debater a importância da manutenção do tradição do tambor de crioula, classificado em 2007 como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

“É uma roda de conversa com os integrantes e mestres mais antigos. Vamos conversar sobre a importância dessas pessoas na manutenção da atividade. Manter um tambor de crioula durante 40 anos não é fácil. Os grandes ícones faleceram e as pessoas que estão mais próximas herdaram a tradição. O tambor de crioula precisa de maior acesso às pessoas. Nós maranhenses precisamos saber do valor da nossa cultura”, relata o tamborzeiro Sérgio Costa, discípulo de Mestre Felipe e hoje integrante da coordenação da Associação que conduz o Tambor de Crioula do Mestre.

Participaram do ato os grupos de Tambor de Crioula Prazer de São Benedito (Mestre Apolônio), Milagre de São Benedito (Seu Antoninho), Amor de São Benedito (Fé em Deus), Poderoso Padroeiro da Liberdade (Mestre Leonardo), Tambor de Crioula do Taim e de Dona Nilza. 

 

Sobre o Tambor de Mestre Felipe

O Tambor de Mestre Felipe é uma manifestação popular que carrega a tradição das rodas trazidas do povoado Tabocas, no município de São Vicente Férrer. Em 1960, mestre Felipe e sua esposa, Dona Mundica, fixaram residência em São Luís, com a participação de parentes e amigos, que clamavam pela continuidade das rodas de Tambor de Crioula.

Em 1972, mestre Felipe e conterrâneos se reuniam na porta de casa para dançar, em ocasiões em que bebidas e comidas eram servidas. Surgia assim, o ‘Tambor de Crioula de Porta de Rua’.

Um ano depois, em 1973, Mestre Felipe realizou uma festa para relembrar os saudosos tempos em São Vicente Férrer. A partir desse evento, nasceu o Tambor de Crioula que carrega seu nome. Mestre Felipe faleceu em 2008, em São Luís, mas seus ensinamentos permanecem vivos e o seu legado na cultura popular ainda mais vigoroso. 

“O Mestre Felipe foi um ser diferenciado. Ele é conhecido no Brasil todo e ele foi um grande educador. O tambor de crioula pode ser ensinado. A gente aprendeu isso e consegue manter o nome do mestre em evidência até hoje, devido ao aprendizado que tivemos com ele. Ele foi um grande educador, acima de tudo”, avalia Sérgio Costa. 

Para o coordenador técnico do Museu Casa do Tambor de Crioula, Moisés Nobre, o evento ressalta o papel do espaço – vinculado à Secma – como principal equipamento cultural de salvaguarda dessa manifestação no Maranhão. 

“Ela assume seu papel, que é abrigar e acolher esses mestres da cultura popular. E mais que isso, celebrar 50 anos de o tambor de crioula do Mestre Felipe é algo muito importante, é um divisor de águas para todos nós”, concluiu Nobre.


Crédito Agência Maranhão 

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