A presidente do Progressistas Mulher, Milena Câmara, conversou com o Conectado ao Poder sobre sua intenção em disputar uma das cadeiras da Câmara Legislativa.
Quais as principais bandeiras que você defende?
Lideranças do Distrito Federal estão depositando em mim uma grande responsabilidade: a de discutir os problemas que atingem a Capital Federal em todas as áreas e propor soluções efetivas para melhorar a vida das pessoas que vivem aqui.
Eu me sinto preparada para ingressar na vida pública, defender e colocar em prática as demandas da sociedade através de projetos, novas leis e propostas de políticas públicas. É imensa a responsabilidade de ser escolhida para esse projeto de representar a mudança.
Porque você quer ser deputada distrital?
Tenho me dedicado a estudar a fundo soluções que possam fazer da nossa região um lugar melhor para viver. Existem vários temas que precisam ser enfrentados com prioridade, que vão desde a gestão da manutenção viária até projetos de combate à pobreza. Mobilizar o setor público, a classe empresarial e econômica para formatar um modelo de geração de renda que possa frear o desemprego crescente, conter a alta dos preços dos alimentos e do combustível.
Como você vê a atuação das mulheres na política?
Não podemos mais aceitar o baixo número de mulheres ocupando cargos públicos. A tão esperada união entre as mulheres nunca foi tão urgente e necessária. Nós sabemos do que precisamos e não nos falta coragem e capacidade. Temos todas as condições de colocar mais interlocutoras no Senado, nas assembleias e em todas as esferas de governo. É lá que podemos materializar nossa fala, nossas ideias, nossa rede de proteção em defesa das mulheres. Transformar a nossa dor e indignação em ações concretas. Temos de refletir sobre isso. Temos uma chance nesse ano que não podemos desperdiçar.
Quais as políticas públicas que poderiam ser criadas para melhorar a vida das mulheres do DF?
Diante das transformações do mercado de trabalho, considero urgente pensar em políticas públicas que possam oferecer incentivos fiscais e profissionais para que as mulheres chefes de família consigam sair da informalidade.
As mulheres chefes de família no Brasil já representam quase 50% dos lares, índice que não para de crescer. São situações onde famílias ou domicílios são liderados por mulheres em situações diferentes: o companheiro está ausente ou vive junto, mas não arca com as despesas.
Precisamos atenuar a queda do rendimento mensal e o empobrecimento dessas famílias. Os números também reforçam a necessidade urgente do poder público investir na oferta adequada de creches para facilitar a entrada das mulheres no mercado de trabalho.
Temos que pensar soluções rápidas e fazer com que os poderes coloquem esse socorro em prática. O Executivo fazendo sua parte e o Legislativo criando as leis que garantam suporte para as famílias em situação de vulnerabilidade social, que são as que mais necessitam desse atendimento.
O combate à violência contra a mulher está presente em todas as suas falas. É possível fazer algo concreto?
Considero essenciais a denúncia e a punição dos agressores, mas só isso não basta. Temos que trabalhar pela independência financeira das mulheres. Pesquisas indicam que 30% das mulheres vítimas de agressão permanecem no relacionamento porque dependem financeiramente dos companheiros. Criar oportunidades de trabalho e perspectivas de renda para as vítimas é uma das formas eficazes de prevenção e combate à violência contra a mulher. Precisamos juntar esforços entre os entes públicos, a esfera privada e a rede protetiva de direitos das mulheres para encontrar esses caminhos.
Você acha que tem condições de uma disputa igualitária no Progressistas?
Tenho certeza absoluta. É um partido que oferece o apoio necessário para concretizarmos esse nosso projeto de representatividade política e compartilha dos mesmos valores que eu: fé e determinação para a busca de um país melhor.
Qual a sua avaliação do governo Ibaneis?
Considero uma gestão de resultados e que está avançando em várias áreas. Estou à disposição para somar nesse trabalho.
E na postura do governador?
Postura objetiva e franca, pautada no diálogo com a população.