O Brasil cumpriu as expectativas dos esportes radicais e medalhou de novo, nesta quinta-feira, nos Jogos Olímpicos em Tóquio. Pedro Barros conquistou a prata na estreia do skate park olímpico, em uma grande final da modalidade, que teve o australiano Keegan Palmer como justo campeão. As alegrias não pararam por aí, o boxe garantiu pelo menos duas pratas com belas lutas de Bia Ferreira e Hebert Conceição, finalistas olímpicos.
O principal revés da noite foi a derrota da seleção brasileira de vôlei para o Comitê Olímpico Russo na semifinal. Os comandados de Renan Dal Zotto agora lutarão pelo bronze. Em partida tensa, mas de domínio russo no geral, os jogadores foram superados por 3 sets a 1. Após começo avassalador, atuais campeões olímpicos sofreram a virada e chegaram a desperdiçar uma vantagem de 20 a 12 no terceira parcial. Essa é a primeira vez que o Brasil fica fora de uma final após quatro edições.
As alegrias e tristezas do 13° dia de disputas em Tóquio impactam na expectativa do Brasil de atingir seu maior número de pódios na história. A medalha de prata de Pedro Barros fez o país igualar o recorde de 19 medalhas conquistadas na Rio-2016 e ocupar a 15ª posição no quadro geral. Agora, são quatro ouros, quatro pratas e oito bronzes.
Existem ainda duas medalhas no boxe e a do futebol masculino já confirmadas pela ida às finais, mas que esperam a definição da cor, e claro, perspectivas de novas vitórias em modalidades como o vôlei feminino, que joga a semifinal na sexta-feira, e o masculino de quadra, que lutará pelo terceiro lugar no sábado.
Barros brilha em final com três brasileiros
A equipe brasileira mostrou a que veio ao classificar três atletas para a decisão do skate park. Luiz Francisco liderou as eliminatórias, mas Pedro Barros e Pedro Quintas também eram boas apostas de medalha. Só que o australiano Keegan surpreendeu a todos com uma apresentação espetacular logo na arrancada da decisão.
Barros encaixou uma boa série que confirmou sua prata, mas Luizinho e Quintas não conseguiram figurar no pódio. Na última tentativa, Luizinho mandou excelentes manobras e gerou apreensão nos adversários por sua nota, que acabou insuficiente para roubar o terceiro lugar do norte-americano Cory Juneau.
Darlan Romani fica em quarto
No atletismo, a noite teve um quarto lugar com méritos de pódio para o gigante Darlan Romani. Depois de se recuperar de Covid-19 e de uma cirurgia de hérnia, o brasileiro foi quarto lugar no arremesso de peso, muito próximo de faturar um inédito bronze. Ele chegou a figurar em terceiro, mas foi superado na segunda rodada e finalizou o dia como quarto melhor do mundo. O norte-americano Ryan Crouser bateu o recorde olímpico arremessando para 23.30m para ser ouro.
Na pista, os revezamentos 4x100m não trouxeram a almejada final para os brasileiros. Feminino e masculino anotaram as melhores marcas do ano, mas isso não foi suficiente para entrar na briga por medalha. A grande zebra foi a eliminação dos Estados Unidos, entre os homens.
Nas decisões de medalha do dia, o grande nome foi o jamaicano Hansle Parchment. Ele surpreendeu o campeão mundial Grant Holloway e levou o ouro dos 110m com barreira. Portugal também festejou Pedro Pichardo, que levou o título olímpico no salto triplo.
Felipe dos Santos termina em 18° no declato
Felipe Santos ficou em 18º posição no decatlo, com o americano Warner, que bateu o recorde olímpico, com o ouro. A prata ficou com o francês Mayer e o bronze ficou com o australiano Moloney. Na última das 10 provas, a corrida de 1.500 metros, o brasileiro terminou em décimo oitavo lugar, somando 604 pontos, com isso terminou com 7.880.
Duas finais do boxe
O boxe olímpico, que já tinha garantido o bronze, aumentou a aposta com duas finais olímpicas. Bia Ferreira foi para cima da finlandesa Mira Potknonen e chegou a derrubar a rival duas vezes até vencer por unanimidade. Pelo ouro, terá de superar a irlandesa Kellie Harrington na final.
Já no masculino, Hebert Conceição foi para cima nos dois primeiros rounds, viu o russo Gleb Bakshi emparelhar no terceiro, mas venceu para lutar pelo ouro. Esse é o melhor desempenho do país na modalidade desde que ela entrou no cronograma dos jogos.
Vôlei fica fora da final pela primeira vez em quatro edições
A grande frustração veio nas quadras, com os multicampeões do vôlei sofrendo uma derrota pesada para os russos. O Brasil vai disputar o bronze, numa partida marcada pelo apagão da equipe no terceiro set. A seleção saiu na frente por 1 set a 0, sofreu a igualdade em um a um e esteve próximo a retomar a liderança no jogo.
No momento chave do jogo, o Brasil tinha a parcial na mão, abrindo até oito pontos de vantagem. Na reta final, estava liderando por 23 a 19. Porém, os russos venceram inacreditáveis cinco pontos consecutivos, virando para 24 a 23. Depois de Leal estancar a sangria, fazendo 24 a 24, o Comitê Olímpico Russo marcou mais dois pontos e fechou em 26 a 24.
Depois do enorme abalo psicológico, o time brasileiro até que se manteve dentro do jogo no quarto set, levando a parcial de forma muito parelha. Porém, o ataque já não tinha mais a precisão e a força habituais, abusando de largadinhas que não deram certo, além de não conseguir pressionar com o saque. Na hora da decisão, os russos fizeram 25 a 23 e carimbaram o passaporte para a final.
Na madrugada de sexta para sábado, à 1h30min (de Brasília), o time de Renan dal Zotto enfrentará o perdedor de Argentina e França, que jogam às 9h desta quinta, na decisão do terceiro lugar.
Brasileiro fica em 13° na marcha atlética
Candidato à medalha, o brasileiro Caio Bonfim, que ficou na quarta posição na Olimpíada do Rio, terminou na 13ª posição na marcha atlética na manhã desta quinta-feira. Lucas Mazzo abandonou a prova após problemas musculares. Matheus Correa terminou em 46º lugar.
O ouro foi vencido pelo italiano Massimo Stano, que surpreendeu os favoritos com o tempo de 1h21s05. Restou aos japoneses donos da casa celebrar a prata, com Koki Ikeda, e o bronze de Yamanishi Toshizaku.