O Maranhão tem cinco deputados na Câmara Federal que podem se tornar inelegíveis nas eleições do ano que vem. São parlamentares que respondem a inquéritos, podendo incorrer no enquadramento à Lei da Ficha Limpa. Na bancada maranhense da Câmara, os deputados Pedro Novais (PMDB), Cléber Verde (PRB), Weverton Rocha (PDT) e Zé Vieira (PR) respondem a inquéritos. Waldir Maranhão (PP) responde no TRE-MA com relação à prestação de contas de campanha de 2010 e também pode ficar inelegível. Dos cinco, três são aliados de todas as horas do presidente da Embratur, Flávio Dino, que prega a “renovação” na política maranhense: Zé Vieira, Waldir Maranhão e Weverton Rocha.
O deputado federal Weverton Rocha (PDT) ainda responde a processo do período em que foi secretário estadual de esporte do Maranhão, no governo Jackson Lago. São três ações contra o parlamentar trabalhista no STF: duas ações penais e um inquérito, todas envolvendo licitações. O primeiro processo diz respeito à contratação sem licitação da Fundação Darcy Ribeiro para a secretaria de esporte. Segundo o deputado, não havia à época nenhuma entidade capaz de realizar o trabalho. A fundação teria como clientes até a Presidência da República e o Instituto Maranhense de Administração Municipal.
Na segunda ação, AP 700, o contrato com uma empresa para transportar atletas pelo estado é questionado pelo Ministério Público. Weverton alega que somente uma empresa se inscreveu para o processo licitatório, em sua opinião, por ser de difícil execução.
O deputado Zé Vieira (PROS) responde ao Inquérito 2943, por crimes previstos em legislação extravagante. Zé Vieira seria inclusive candidato a prefeito de Bacabal nas eleições do ano passado, mas trocou seu nome pelo de sua mulher com receio de ser enquadrado na Lei Ficha Limpa.
O inquérito contra Zé Vieira foi instalado em 2004, pela Polícia Federal. O deputado é acusado de em 2000, quando prefeito de Bacabal, ter cometido irregularidade com recursos federais destinados à construção de 170 casas nos bairros de Novo Bacabal e Vila Caldeirão. R$ 170 mil teriam sido desviados.
Já o deputado Waldir Maranhão (PP) responde no TRE-MA por problemas nas suas contas de campanha das eleições de 2010. Gastos da ordem de R$ 600 mil de sua campanha eleitoral não estariam bem explicados. A suspeita é de que houve a utilização de caixa 2. O Tribunal decidiu quebrar os sigilos bancário e fiscal do deputado. Waldir afirma que suas contas seguiram as exigências da Justiça Eleitoral, e que a desaprovação pode ter sido ocasionada por alguma informação não chegada a tempo.
As alianças de Flávio Dino já têm sido motivo de críticas por parte de seus próprios seguidores. Elas demonstram o abismo entre o discurso de “mudança” e “renovação”, pregado pelo comunista, e a prática. Dino posa de líder que quer combater a “oligarquia” e a “velha política do Maranhão”, mas se alia a políticos adeptos dos mais atrasados e combatidos esquemas. O maior adversário do grupo Sarney nada tem de “novo” para convencer a população.