Como um velho camaleão da politicagem, Flávio Dino deu uma entrevista ao jornal O GLOBO com as mais explícitas demonstrações de seu fisiologismo político. Afirma que o PCdoB do Maranh ão quer o apoio do PT em sua eleição, mas admite o lugar confortável para o governador de Pernambuco Eduardo Campos em seu palanque.
Quando a repórter Fernanda Krakovics pergunta “O candidato ao Senado de sua chapa é do PSB. Isso quer dizer que vai ter lugar no seu palanque para o Eduardo Campos?”, Dino nem titubeia e diz, cinicamente: “Claro”. Dino descarta um possível acordo com o ex-prefeito João Castelo na vaga ao Senado. Como candidato a vice, o tucano seria um alvo fácil para demonstrar a já conhecida incoerência política do presidente da Embratur.
Ele comete, sem culpa, o pecado bíblico, imperdoável também nas liturgias políticas de que “não se pode adorar a Deus e a Mamon”. Quer casar com o PT, mas admite ter um caso com o PSB agora fortalecido em aliança com Marina Silva, em rota de colisão com a presidenta Dilma, na disputa de 2014. Quer mais nada, né? E ainda ameaça o partido de Lula, com a costumeira petulância: “O que o PCdoB tem colocado é que queremos o apoio do PT. Se não tivermos, é claro que isso tem consequências.”
Ao final da entrevista, Flavio dá mais uma demonstração de seu sarcasmo e seu fisiologismo. O GLOBO pergunta: “Parece que a presidente Dilma não gostou nada de uma foto do senhor com o Eduardo Campos…” Cínico, ele encarna um Flavinho Paz e Amor, quase um qualira: “Mas eu tenho uma com ela também, lindinha, bem agarradinho com ela (rindo)”. Fontes em Brasília já dão conta de que a presidenta da República teria achado ridícula a declaração. Esse entende tanto de política quanto eu entendo de Física Nuclear!