Deputado Kim Kataguiri diz que vai questionar formalmente os ministérios sobre possível repasse de verbas para o perfil de fofoca
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) pretende protocolar requerimentos de informações junto aos ministérios do governo Lula (PT) para questionar se houve repasse de verbas públicas para a página do Choquei no X, antigo Twitter. A página de fofocas, administrada pelo influenciador Raphael Sousa, deixou de atualizar seu conteúdo depois da polêmica envolvendo a morte de Jéssica Vitória Canedo.
“Nos Governos petistas passados vimos escândalos como o que ficou conhecido como ‘mensalinho do Twitter’, onde blogueiros recebiam verba pública para fazer propaganda do Governo. Não é de hoje que a Choquei, além de disseminar ódio e fake news (como a que levou a morte da jovem Jessica Canedo), faz também propaganda pro Governo. Queremos saber se a Choquei, ou qualquer outra página agenciada pelos mesmos donos, recebeu dinheiro público para passar pano pro PT”, disse Kataguiri.
A página de fofocas passou a ser alvo de críticas na internet depois que Jéssica Canedo, de 22 anos, cometeu suicídio dias após uma publicação que a apontava falsamente como caso do humorista Whindersson Nunes. Até o início da noite deste domingo, 24, a única postagem da Choquei foi uma “Nota de Esclarecimento”.
Na publicação, o perfil negou “qualquer irregularidade na divulgação das informações” e afirmou que “não há responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados”.
“Queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação”, acrescentou.
Após a repercussão da informação falsa, reproduzida também por outros perfis de fofoca, Jéssica publicou uma mensagem em sua conta no Instagram, revelando que estava sofrendo ataques de ódio. A jovem e a mãe pediram explicitamente a exclusão dos posts contendo os prints falsos. Raphael Sousa, responsável pelo perfil, chegou a fazer uma piada sobre redação do Enem, em resposta à publicação de Jéssica, e depois apagou.
PL das Fake News
Aliados de Lula, como mostramos, usaram o caso para defender a regulação das plataformas digitais.
Reportagem da revista piauí publicada em novembro de 2022 mostra que a página de fofoca foi incorporada à milícia digital petista. A revista menciona uma série de dados para destacar a relevância do perfil na eleição do ano passado.
O partido de Lula defende que o projeto de lei das Fake News seja uma das prioridades do Legislativo para o ano de 2024. A votação da proposta foi adiada diversas vezes neste ano.
Relatado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB), o projeto estabelece que as big techs sejam responsabilizadas civilmente por publicações indevidas de seus usuários. O texto também diz que quando houver patrocínio de desinformação, ou seja, quando um usuário paga a plataforma para que o conteúdo seja entregue a mais pessoas, a empresa será corresponsável pela publicação.
Com informações do O Antagonista