A Confederação Israelita do Brasil (Conib) apresentou notícia-crime contra José Genoino por falas consideradas antissemitas
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) apresentou notícia-crime contra José Genoino. O ex-deputado e ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) fez declarações contra empresas de judeus no Brasil durante participação ao vivo do canal da DCM TV no YouTube. Ele falou sobre “boicote” a empresas que se manifestaram contra a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em apoiar a ação da África do Sul contra Israel por genocídio.
O requerimento apresentado ao Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP), na segunda-feira (22/1), pede que Genoino seja investigado por racismo e incitação ao crime. O objetivo é fazer com que o órgão remeta a investigação à Polícia Federal (PF).
O MPF-SF informou ao Metrópoles que “recebeu, no dia 22/1, a representação (denúncia) com os fatos mencionados em sua demanda. Após a distribuição, um procurador da República fará a análise preliminar das informações relatadas e definirá os próximos passos, o que pode significar a instauração de um inquérito, o arquivamento do caso ou outras medidas cabíveis. Não há prazo para conclusão dessa avaliação inicial.”
Além do Conib, os deputados federais Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) apresentaram denúncia contra o ex-deputado federal José Genoino. Kataguri, por exemplo, acionou o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) contra as falas do ex-deputado. O político pede uma ação de responsabilidade por danos morais coletivos causados à comunidade judaica no Brasil.
Entenda o caso
A declaração do político ocorreu durante uma transmissão ao vivo no último sábado (20/1). “Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos, que fere o interesse econômico, é uma forma interessante. Inclusive ter esse boicote a determinadas empresas de judeus”, destacou Genoino.
“Há, por exemplo, boicote a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, acho que o Brasil deveria cortar as relações comerciais, na área da segurança e na área militar com o Estado de Israel”, completou o político.
Antes da notícia-crime, a Conib havia repudiado a declaração do petista e destacou que o boicote a empresas de judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista.
“O boicote a judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica alemã, que culminou no Holocausto”, destaca trecho da nota da entidade.
Em nota, José Genoino alegou não ser antissemita e afirmou que o boicote a que se referiu diz respeito “às empresas que apoiam o governo de Israel na guerra contra o povo palestino”.
Com informações do Metrópoles
