Estado de saúde da criança é estável; quatro indígenas são suspeitos do crime, sendo dois menores
Uma menina Yanomami, de 11 anos, foi vítima de estupro coletivo após ser embriagada nesta segunda-feira (18) na Casa de Saúde Indígena Yanomami (Casai-Y), segundo a Polícia Militar. A Casai-Y atende indígenas que são removidos do território para Boa Vista. Quatro indígenas são suspeitos do crime.
Os suspeitos, segundo a PM, são dois adolescentes, de 15 e 17 anos, dois jovens, de 21 e 27. Todos foram levados à delegacia da Polícia Civil.
Na unidade, os jovens foram presos em flagrante por crime de estupro de vulnerável e com conduta que resultou em lesão corporal de natureza grave. Já os adolescentes foram apreendidos em flagrante por ato infracional.
A PM informou que quando chegou na Casai-Y, encontrou todos os suspeitos ao redor da vítima. Os cinco estavam bêbados e deram bebida alcoólica à menina. A PM foi até o local após ter sido acionada via 190.
Foi constatado que além da violência sexual, a vítima sofreu lesões corporais, segundo a Polícia Civil.
Procurado, o Ministério da Saúde, responsável pela Casai-Y, prestou apoio a vítima e disse que tem tomado providências interministeriais. Também disse que foi instaurado um processo administrativo para apurar caso.
A pasta diz que pediu uma reunião com representantes da Secretaria de Segurança Pública de Roraima e com a Polícia Militar para discutir formas de aumentar a segurança nos arredores. No entanto, os órgãos, até o momento, não responderam, segundo eles.
“É importante reforçar que a desorganização social, a perda do modo de vida dos povos originários, os relatos de abuso sexual, dependência química e violência que impactam essa população são ainda consequências do abandono e do avanço garimpo gerando a grave crise humanitária que atingiu as comunidades indígenas nos últimos anos”, justificou.
A menina foi encontrada no chão. Ela foi levada ao Hospital da Criança Santo Antônio pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde está internada. Em nota, a prefeitura, responsável pela unidade, informou que ela “está com o quadro de saúde estável”.
Em nota, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) cobrou dos órgãos federais políticas públicas de segurança e proteção para mulheres e crianças Yanomami. Entre as sugestões estão a construção de uma Casai apenas para mulheres.
“Que dentro da unidade sejam promovidas ações de sensibilização aos homens e mulheres sobre casos de violência, além de acolher os ocupantes quanto as regras do espaço nas línguas Yanomami e Ye’kwana”, disse a associação, que também cobrou providências do Ministério Público Federal.
Os adultos envolvidos foram apresentados na manhã desta terça-feira (19) na audiência de custódia. Os adolescentes foram apresentados no Centro Sócio Educativo (CSE).
Com informações do g1