BrasilQuem é “Mestrão”, que aconselhou Moro em voto sobre Dino

Quem é “Mestrão”, que aconselhou Moro em voto sobre Dino

“Mestrão” aparece como contato salvo em uma conversa de Whatsapp com Sergio Moro registrada durante sabatina de Flávio Dino

Um funcionário do gabinete de Sergio Moro (União Brasil-PR; foto) chamou a atenção ao ter sua conversa com o senador no Whatsapp registrada por câmeras da imprensa durante a sabatina de Flávio Dino e Paulo Gonet na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira, 13 de novembro.

Trata-se de Rafael Travassos Magalhães, de 28 anos, mais conhecido pelo seu apelido, “Mestrão”, que é como seu contato está salvo no celular de Moro.

Durante a sabatina, que encaminhou a aprovação de Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR) no plenário na mesma quarta, a imprensa captou em imagem Moro conversando com Mestrão pelo Whatsapp no celular.

É possível ler a troca de mensagens no celular. Magalhães aconselha Moro a não declarar voto a favor de Dino — a votação na CCJ, que é secreta, não é definitiva, mas serve de termômetro para o plenário. Na comissão, Dino teve 17 votos a favor e 10 contra; no plenário, o placar foi 47 a 31.

“Sergio, o coro está comendo aqui nas redes, mas fica frio que jaja [já já] passa, só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando”, disse Mestrão na mensagem recebida pelo senador. Ele completa: “Estou de plantão aqui, qualquer coisa só acionar”.

Moro respondeu: “Blz [Beleza]. Vou manter meu voto secreto, eh um instrumento de proteção contra retaliação”.

Independentemente da confirmação de Moro, o apelido do assessor é conhecido e se deve ao costume dele em chamar as outras pessoas de “mestre” ou “super-mestre”. Mestrão trabalha como auxiliar parlamentar de Sergio Moro desde agosto. Ele recebe um salário mensal de 7.152,04 de reais.

Antes de ingressar no gabinete do senador, ele trabalhou com o deputado estadual do Paraná Ricardo Arruda, de novembro de 2016 a outubro de 2018. Durante esse período, Mestrão recebia um salário significativamente maior, no valor de R$ 19.551,64.

O senador não declarou o voto e, apesar de reconhecer a conversa, se recusou a identificar Magalhães.

O hoje assessor de Moro é citado em investigação do Ministério Público do Paraná (MPPR) sobre suposto esquema de rachadinha no gabinete de Arruda. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o assessor parlamentar tinha o hábito de realizar saques em dinheiro correspondentes a 70% de sua renda na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), movimentações que levantaram suspeitas de fracionamento, de acordo com os investigadores.

Mestrão foi contratado por Moro, após participar da campanha do União Brasil no Paraná durante as eleições de 2022.

Com informações do O Antagonista

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