InternacionalIsrael arquiteta contraofensiva ao Irã após ataque com drones

Israel arquiteta contraofensiva ao Irã após ataque com drones

Reunião do Gabinete de Guerra avalia resposta ao lançamento de mais de 300 mísseis e drones iranianos na noite de sábado, alvo de condenação da comunidade internacional

Enquanto líderes mundiais pedem o fim dos conflitos no Oriente Médio, Israel instou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a impor “todas as sanções possíveis ao Irã”, em represália ao ataque da noite de sábado. Num bunker em Tel Aviv, o Gabinete de Guerra encerrou uma reunião de emergência sem definir uma retaliação. Mais cedo, porém, um dos membros do grupo, o militar Benny Gantz, informou, em comunicado, que haverá uma resposta, “na forma e no momento certo”.

O Irã garantiu à ONU que deu o conflito por encerrado e argumentou direito à autodefesa. Segundo o embaixador Amir Saeid Iravani, o Conselho de Segurança “falhou em seu dever de manter a paz e a segurança internacionais” ao não condenar o ataque de 1º de abril ao consulado iraniano em Damasco, na Síria. A ofensiva, que deixou cinco mortos, é atribuída a Israel. Iravani garantiu que “Teerã não deseja uma escalada” no clima bélico, mas “responderá a qualquer ameaça ou agressão”. A reunião do conselho foi encerrada sem um consenso entre os países.

Aliado de Israel, os Estados Unidos afirmaram que não participarão de um possível contra-ataque. Um alto funcionário do governo do presidente Joe Biden disse a jornalistas que o país não se “imagina participando de tal ato”. Além disso, a fonte insistiu que o Estado judeu não busca mais uma guerra na região. “Os israelenses deixaram claro para nós que não estão buscando uma escalada significativa com o Irã”, afirmou, acrescentando que o chefe da Casa Banca “deixou muito claro para o primeiro-ministro (Netanyahu) que precisamos pensar cuidadosa e estrategicamente sobre os riscos de uma escalada”.

Abismo
António Guterres, o secretário-geral da ONU, clamou pelo fim dos conflitos na região. “O Oriente Médio está à beira do abismo. Os povos enfrentam um perigo real de conflito generalizado e devastador”, disse. “Este é um momento para a desescalada e a distensão. É hora de mostrar a máxima moderação”, afirmou Guterres, assinalando que “nem a região nem o mundo podem se permitir mais guerras”.

O diplomata português reiterou também sua condenação ao ataque lançado pelo Irã. Segundo o Exército israelense, Teerã enviou “um enxame de 300 drones assassinos, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro” — um ataque que os israelenses afirmam ter frustrado, com a interceptação de 99% dos disparos. Ninguém morreu, mas 12 pessoas ficaram feridas, entre elas uma menina de 7 anos, a única vítima grave da ofensiva.

A criança árabe, moradora de Arad, a 75km de Jerusalém e identificada como Amina, dormia quando foi atingida na cabeça por estilhaços de mísseis interceptados. Segundo os jornais israelenses, ela foi encaminhada ao Hospital Soroka, em Beersheba, passou por uma cirurgia e está em observação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Orgulho
Ontem, na capital iraniana, alguns cidadãos expressavam orgulho e alegria pelo primeiro ataque lançado pelo Irã contra Israel. O chefe das forças armadas iranianas, Mohammad Baghari, comemorou a operação que, segundo ele, alcançou “todos os seus objetivos”. Porém, alguns iranianos temem a escalada bélica incessante entre os dois países que polarizam as tensões na região.

“Ainda não reconstruímos completamente as ruínas da guerra Irã-Iraque (1980-1988) no sudoeste do país”, disse à agência France Presse um iraniano de de 46 anos. “A guerra não é uma piada.”

Com informações do Correio Braziliense

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