“O relatório foi aprovado por unanimidade. Houve questionamentos e ponderações, mas a aceitação foi de todos os membros da comissão. Isso diz muito”, pontua a deputada republicana Rosangela Gomes. A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros e Pobres comemorou a aprovação do parecer, nesta quarta (15), na Câmara dos Deputados.
A deputada Érica kokay (PT/DF) acredita que esse extermínio é fundamentado em preconceito racial. “O racismo se expressa nesses números. Fruto de uma construção deliberada daqueles que se sentem os próprios donos da pátria e não admitem que neste território haja a diversidade humana”, afirma Kokay.
Rosangela Gomes criticou os baixos recursos destinados à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. “Estamos falando de uma pasta importantíssima, porém, com orçamento reduzido e, como se não bastasse, passou por uma série de cortes. É inaceitável uma pasta dessa grandeza receber um orçamento da ordem de 33 milhões de reais, enquanto só um estádio de futebol construído neste país custou mais de 2 bilhões de reais”, lamentou.
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O trabalho da Comissão durou três meses e foram realizadas audiências públicas em todo o país com pesquisadores acadêmicos, vítimas, associações, ONGs e movimentos sociais, entre outros. O texto trata da violência enfrentada pelos Jovens Negros e Pobres e sugere, além de alterações na Constituição, a elaboração de legislações que visem aumentar o acesso à educação e à saúde, bem como, o combate ao racismo. Ainda está incluso no trabalho final da CPI o Plano Nacional de Enfrentamento ao Homicídio de Jovens.
Por Fernanda Cunha (Ascom Liderança do PRB)
Fotos: Douglas Gomes