NotíciaBolsonaro entra com ação no STF para vetar medidas restritivas nos estados

Bolsonaro entra com ação no STF para vetar medidas restritivas nos estados

Bolsonaro entra com ação no STF para vetar medidas restritivas nos estadosPeça enviada ao Tribunal é assinada pelo presidente da República e solicita proibição de lockdown decretado por governadores
Em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quinta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro, junto ao advogado-geral da União, André Mendonça, pede que governadores sejam proibidos de adotar medidas restritivas para conter o avanço da covid-19. No documento, o governo alega invasão da competência do Poder Executivo.
O pedido se refere a decretos estaduais em vigor nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e do Paraná. 

O governo alega que as medidas como lockdowns e restrições na circulação de pessoas está ocorrendo por via “unilateral” dos executivos estaduais, sem que as assembleias legislativas opinem, assim como autoridades sanitárias.
Na ação, Bolsonaro e Mendonça alegam que as decisões “violam o princípio democrático” e geram grande impacto na população. Além de suspender os decretos, o governo quer que o Congresso Nacional e a Procuradoria Geral da República se manifestem sobre o tema.
A alegação é de que um decreto legislativo que autoriza medidas restritivas, como quarentena e lockdown, não tem poder para sustar direitos fundamentais. 
“A expressão ‘entre outras’ contida no caput do art. 3º da referida lei não tem o condão de autorizar governos locais a adotarem as medidas extremas aqui combatidas, atentatórias a direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição, a tanto não chegando a autorização emanada do Poder Legislativo da União”, diz um trecho do texto.
Além de afirmar que as medidas tomadas pelos governadores são “extremas”, o governo federal fala em arbitrariedade”. “Em síntese, não há espaço válido no ordenamento jurídico pátrio que autorize prefeitos e governadores decretarem unilateralmente medidas de lockdowns e toques de recolher de forma ampla, genérica, arbitrária e indiscriminada como vem sendo feito”, completa o documento.
A investida tem poucas chances de prosperar no Supremo. Além da pandemia ainda estar gerando mais de 2 mil mortes por dia e milhares de novas infecções, o Brasil está na iminência de uma terceira onda da covid-19, com a taxa de transmissão aumentando nos estados e no Distrito Federal.
O próprio STF decidiu, ainda no ano passado, que a União, estados e municípios tem “responsabilidade concorrente” para lidar com a pandemia e adotar medidas restritivas. Ou seja, na ausência de ação de um governo para conter a pandemia, o outro pode agir.

Fonte: Correio Brazilinses

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