O deputado federal Delegado Éder Mauro (PL/PA) denunciou nesta semana, em tom contundente, o agravamento da violência em Belém, no Pará, e acusou o governo estadual de omissão no enfrentamento ao crime organizado. De acordo com o parlamentar, somente na primeira semana de novembro, seis policiais foram assassinados, consolidando uma média de quatro mortes de agentes de segurança por mês no estado. O deputado descreveu a situação como “inaceitável” e cobrou ações imediatas por parte do governador.
“Enquanto o Comando Vermelho impõe toques de recolher, cobra taxas do crime, mata comerciantes e incendeia estabelecimentos, o governador nada faz. Ele vive cercado de segurança em sua casa, tomando uísque ou viajando com a família, enquanto a sociedade paraense enfrenta o caos”, afirmou Éder Mauro durante seu discurso.
Acusações de aliança entre o governo e o Comando Vermelho
O deputado também trouxe à tona uma denúncia de extrema gravidade: uma suposta negociação entre o governo estadual e líderes do Comando Vermelho. Segundo Éder Mauro, uma videoconferência teria ocorrido no passado entre representantes da Secretaria de Administração Penitenciária do Pará, presos da facção dentro da penitenciária e um líder do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
“Na reunião, negociaram uma redução das mortes de agentes penitenciários em troca de benefícios como colchões, cobertores, visitas íntimas e ampliação do banho de sol. Isso foi homologado pelo líder da facção no Rio de Janeiro e cumprido. Precisamos saber se hoje essa chamada ‘taxa do crime’ não tem, de alguma forma, a participação ou conivência do governo estadual, porque nada é feito para enfrentar essa situação”, denunciou o parlamentar.
Cenário de abandono e cobrança por ações efetivas
Éder Mauro também criticou duramente a falta de proteção e apoio aos agentes de segurança, acusando o governador de priorizar perseguições políticas contra opositores ao invés de agir contra o crime organizado. “Ao invés de perseguir adversários, ele deveria vestir calças de homem e comandar uma operação para investigar e prender os líderes do Comando Vermelho. Nossas polícias têm competência para resolver isso em poucos dias, se houver vontade política”, afirmou.
O parlamentar defendeu a criação de uma força-tarefa integrada por policiais civis e militares, com o objetivo de identificar as lideranças do Comando Vermelho e desarticular o estado paralelo imposto pela facção. Para Éder Mauro, o avanço do crime no Pará é resultado direto da falta de inteligência policial e da omissão do governo estadual.
Clamor por respostas
A denúncia do Delegado Éder Mauro reflete o sentimento de indignação crescente entre a população paraense e membros das forças de segurança, que cobram ações concretas para combater o avanço da criminalidade. “As nossas polícias têm capacidade de resolver isso. Em dez dias, é possível acabar com essa vergonha no estado. Basta que haja liderança e vontade de agir”, concluiu o deputado.
O cenário de insegurança e as denúncias de omissão governamental reforçam a necessidade urgente de uma resposta efetiva das autoridades para proteger a população e os agentes de segurança que atuam no estado.