Zeca Baleiro deveria guardar sua garganta para as musiquinhas que a elite intelectual gosta de cantarolar. O cantor é sobrinho de Aziz Santos, ex-secretário de Planejamento do governo Jackson, condenado a devolver mais de 2 milhões de reais ao Erário. Aziz figura na história da política maranhense como um dos assessores que se aproveitaram da saúde frágil do velhinho para surrupiar dinheiro público e fazer uma péssima administração.
Baleiro escreveu na Folha de São Paulo, condenando “a corrupção mais descarada do mundo”. Mas seu tio era quem respondia pelas contas, orçamento e finanças do Estado, em um Governo eleito contra o grupo Sarney, como o dever de “moralizar” aquilo que tanto acusava. E deixou como saldo negativo sua própria condenação a devolver R$ 2,3 milhões ao Estado e o pagamento de multas no valor total de R$ 272,6 mil.
Várias irregularidades foram constatadas na gestão do ex-secretário de Planejamento, entre elas, a liquidação de despesas com jetons no valor de R$ 650,9 mil referente aos meses de fevereiro, junho, agosto e setembro do exercício, sem a comprovação da realização das sessões. Aziz também foi citado pelo Ministério Público Federal, nas investigaões da Operação Navalha.
Um detalhe curioso é que Aziz chegou até a ser beneficiado com aqueles que seu sobrinho Zeca Baleiro chamou de “esses donos do poder”. Sua empresa, a Alchimia Espaço Holístico, fechou um contrato de quase R$ 140 mil com o governo Roseana Sarney para prestar serviços de “Atividade Física, nas modalidades de Hidroginástica, Natação, Tai-chi-chuan, Ginástica Localizada, Dança de Salão, Dança Folclórica, Futebol de Salão, Ginástica Doce e Yoga”. Tudo zen!
Por que não te calas, Zeca?
